Jornalista, escritor, editor, consultor empresarial e cultural.

 

SITE PROFISSIONAL E BIOGRÁFICO

 

 

 
INTERNAUTA,
ATUALIZE ESTA PÁGINA CLICANDO NO ÍCONE 
LOCALIZADO NO ALTO À ESQUERDA DA BARRA DE ENDEREÇOS
OU NA TECLA F5 DO SEU COMPUTADOR.

 

 

 

Na Cultura

todo investimento é lucro.

 

Para você e

 para o País.

 

 

MC degustando camisa clara virado para esq.png

Foto: Bruno Lira

 

Desde 2020, Marcelo Câmara não realiza mais trabalhos no campo sensorial: análises, provas, com ou sem laudos, direção de degustações etc.

 

Tipos e Denominações Legais da Cachaça

 

Classificação e Rankings de Marcelo Câmara

 

Princípios, Fundamentos e Conceitos

 

O que é a Excelência Sensorial da Cachaça

 

Receitas de Drinques Clássicos com Cachaça

Somente estão nos Rankings as marcas degustadas e analisadas sensorialmente por Marcelo Câmara. Portanto, não é razoável lamentar a ausência de marca desconhecida do Degustador.


Integram os Rankings somente Cachaças “Artesanais” de Excelência Sensorial em seus tipos/denominações aqui apresentados, qualificando-as como “Pingas do Céu” e “Pingas do Altar”,

segundo a Classificação Marcelo Câmara apresentada adiante.


Antes, leia o conceito de Excelência Sensorial da Cachaça.

 

 

O que é a
Excelência Sensorial da Cachaça

Conceito de Marcelo Câmara

 

“Independentemente do tipo/denominação legal e/ou mercadológica,
diz-se que uma Cachaça possui Excelência Sensorial,
quando as suas propriedades e características organolépticas
– aquelas de tocam os sentidos humanos –,
em consequência da sua qualidade físico-química,
da estrutura, equilíbrio e harmonia de seus componentes
(originais e secundários, orgânicos e não orgânicos, voláteis e não voláteis),
da inexistência ou não influência de contaminantes – a fazem
uma bebida pura, límpida, de aroma sedutor e de sabor delicioso.
Não há nada de subjetivo ou emocional nessa constatação.
A Análise Sensorial, da qual resulta esse juízo é um processo eminentemente objetivo,
construído sob os princípios e leis das Ciências,
no domínio e experiência das Tecnologias aplicadas à produção da bebida,
com o crivo dos valores, categorias e referências da Cultura Brasileira
praticados pelo Degustador, universo onde ele vive,
onde nasceu, se estruturou e se desenvolve a Cachaça.“

 

 

Classificação de Cachaças Marcelo Câmara

a) Cachaças divinas, maravilhosas e insuperáveis, que você bebe poucas vezes na vida, inesquecíveis:
     nota 10.

 

     Se a Cachaça alcançou a nota máxima, 10 (dez), você bebeu uma cachaça preciosa, sublime, um néctar                     nascido da cana-de-açúcar, com fermentação e alambicada mais que perfeitas, filha da melhor sabedoria                   artesanal, aprovada pela mais avançada ciência e mais eficiente tecnologia. Se descansada e/ou envelhecida,         esses processos foram, igualmente, éticos, corretíssimos, impecáveis.
     Uma cachaça do céu.

b) Cachaças de Excelência Sensorial, de qualidade superior, plenas de virtudes. São Pingas raríssimas, poucas em       milhares de marcas:
     notas de 8 a 9,9.

 

     Se a Cachaça ficou com nota entre 8 e 9, 9, você bebeu uma Cachaça artesanal de excelência sensorial, de               qualidade superior, perfeita na estrutura química, com equilíbrio e virtudes sensoriais primorosas, pura, límpida,       de aroma fascinante e sabor delicioso. Prazerosa, agradabilíssima. Cheiro e gosto de cana, cana, cana.
     
Uma cachaça do altar.

c) Cachaças medianas, apenas bebíveis, com alguma qualidade ou poucas virtudes:
   
 notas de 6 a 7,9.

     Se a Cachaça recebeu nota entre 6 e 7, 9, você bebeu uma Cachaça com virtudes e muitos defeitos.
     Entre o medíocre e o satisfatório. Existem centenas, de todo o País, comuns no mercado. Todas são artesanais,       grande parte delas “armazenada” e “envelhecida” em MG.
     
Uma cachaça da prateleira.

d) Cachaças ruins, sem qualquer qualidade ou virtude sensorial:
     
notas de 0 a 5,9.

     Se a cachaça foi avaliada com nota abaixo de 6, isto é, com nota de 0 a 5,9, você bebeu uma Cachaça                         desprezível, sem qualidade ou virtude sensorial alguma, com aroma e sabor desagradáveis, classificável entre o       nauseante e o sofrível, que vai do péssimo ao não prazeroso. Existem milhares. Todas as industriais e a maioria       das artesanais. São cachaças destinadas a certas elites brasileiras que odeiam o nosso Povo e desprezam a           Cultura Brasileira. 

     Uma cachaça do ralo.

 

Fontes: www.ilhaverde.net , e os livros: Cachaças bebendo e aprendendo – Guia prático de degustação / drinking and learning – Practical guide to tasting; e Ficha de Degustação de Cachaças Marcelo Câmara, ambos de Marcelo Câmara.


Nos Rankings, algumas posições estão vazias

porque o especialista não encontrou, até agora,

nenhuma marca para ocupá-las.


Marcelo Câmara não constrói Rankings de Cachaças “Industriais”, bebidas produzidas em processo e regime iversos da Cachaça “Artesanal” (de alambique). As Cachaças Industriais nascem em destiladores contínuos ou destiladores de coluna. Marcelo Câmara também não constrói Rankings das seguintes bebidas, que, igualmente, têm como matéria-prima a cana-de-açúcar: Aguardente de Cana e os seus subtipos, inclusive Aguardentes de Melaço, de Melado e de Rapadura; Destilado Alcoólico Simples da Cana-de-Açúcar e seus subtipos; Cachaça Adoçada; e Cachaça Composta. Neste último tipo, estão incluídas as “Azuladas”, tipo originário de Paraty no Século XIX, e também existentes em outros lugares do Brasil. A Lei assim a tipitifica porque na sua produção são colocadas folhas de tangerina ou laranja na panela do alambique, o que confere à garrafa, contra a luz, um tênue azul. Porém o aroma e o sabor são os mesmos da Cachaça Nova, fresca e crua. Por isto, me situo, excepcionalmente na ilegalidade, incluindo a Cachaça Azulada entre as NovaO especialista não se interessa, ainda, por Licores à base de Aguardente ou de Cachaça e por Aguardentes, resultado do destilo, sob qualquer processo ou regime, de outras matérias primas como frutas, cereais, gramíneas (exceto a cana-de-açúcar), tubérculos, plantas, leite humano ou animal.
 

Para saber mais sobre as ideias, o pensamento crítico, as propostas de Marcelo Câmara, no universo sociocultural e econômico da Cachaça, conheça os livros de sua autoria clicando aqui.

 

Para saber mais sobre as ideias, o pensamento crítico, as propostas de Marcelo Câmara, no universo sociocultural e econômico da Cachaça, leia os seus ensaios e artigos, reportagens e notícias sobre a atividade do especialista clicando aqui.

 

 

TIPOS DE CACHAÇAS

E RANKINGS

Última atualização: 31.11.2020

 

 

Cachaças Novas - Frescas ou Cruas - de Excelência Sensorial

(Tradicionais ou Clássicas)

 

Cachaça nova fresca ou crua, ou, simplesmente, Cachaça, é a cachaça verdadeira, sem adjetivos, é a “cachaça pessoalmente”, a “branquinha”, a “purinha”, como diz o Povo. Logo depois de destilada ou pouco tempo depois , é engarrafada. Se armazenada o é em recipiente completamente neutro, como a dorna de aço inoxidável vedada, que não modifica a estrutura físico-química e sensorial da bebida. Trata-se da denominação típica e exclusiva da Aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 % vol a 48%vol a 20oC, obtida exclusivamente pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar, com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6 gramas por litro, expressos em sacarose. A sua cor é transparente. O seu aroma e sabor são exclusivamente de cana, cana, canaE nada mais. Por ser transparente, a Lei permite que à sua marca seja acrescentada o nome-fantasia “Prata”. A Cachaça de Excelência Sensorial, de qualquer tipo ou denominação, deve ter aroma e gosto, predominantemente, de cana, remeter o bebedor ao ambiente do engenho, lembrando, sempre, cheiro e gosto de melado, de rapadura, de bolo caseiro feito com melado. Se a cachaça passou pelo processo de armazenamento/descanso ou envelhecimento, é perceptível, além da cana, o aroma e o gosto da madeira e, ao Degustador Profissional, mais alguma nota rústica, do ambiente rural, agrícola, florestal. E só. Tudo o mais que for detectável é imaginação do mal degustador. Ou, então, a cachaça é ruim. No mínimo, mediana. Como qualquer outro tipo de Cachaça, as motivações, ocasiões, bota-gostos disponíveis, entre outras circunstâncias, determinam a sua preferência. É a minha Cachaça predileta, à qual denomino Cachaça Solar, para ser bebida pela manhã e antes do almoço, iluminar o corpo e o espírito, para soltar a língua, "molhar a palavra".

 

 

Cachaças (s/ adjetivos) Novas, Frescas ou Cruas, de Excelência Sensorial
(Tradicionais ou Clássicas)

 

1º lugar – Corisco Tradicional (46%vol.) e Coqueiro Tradicional (45%vol) e
                   Coqueiro Azulada (45%vol), destilada nas folhas da tangerina, todas de Paraty, RJ
2º lugar – Engenho D’Ouro (45%vol), destilada nas folhas da tangerina, Paraty, RJ
3º lugar – Serra Limpa (45%vol.), de Duas Estradas, PB

 

 

 

Cachaças Novas Armazenadas ("Descansadas") de Excelência Sensorial

 

Cachaça Armazenada ou Descansada é a mesma Cachaça definida acima, que a Lei denomina, simplesmente, Cachaça. Porém, ela, após o destilo, “descansa”, armazenada em madeira quase neutra em recipiente de madeira com capacidade superior a 700 litros ou em tanques de aço inox 360. Marcelo Câmara recomenda que o tempo de “descanso” seja de alguns meses, não ultrapassando um ano. A madeira, a capacidade do recipiente e o prazo de armazenamento fazem com que a Cachaça não seja alterada significativamente, como ocorre no Envelhecimento (outro processo), mas seja, no máximo, minimamente modificada na cor, no aroma e no sabor. Alguns produtores experientes, seguros no gerenciamento do processo, ultrapassam esse prazo. Outros utilizam madeira mais adequada ao Envelhecimento e menos ao Armazenamento, porém, mesmo assim, com a sua sabedoria e experiência, com o bom tratamento e uso adequado da madeira, obtém bons resultados. No descanso, a cachaça apenas assenta, consolida as suas virtudes, características e defeitos sensoriais. Alguma nota da madeira quase-neutra, se houver, será mínima, quase imperceptível. Cai o nível de acidez volátil e não volátil da Cachaça, ela perde um pouco de álcool e pode reduzir o volume d’água. Se transparente permanecer, a Lei também permite que à sua marca seja acrescentada a palavra “Prata”. “Cachaça Armazenada” ou “Descansada” é um tipo/denominação da produção e do mercado, não definida especifica e explicitamente em Lei, apesar de prevista na regulação da sua rotulagem.

 

 

Ranking

 

1º lugar – Coqueiro Prata (40%vol), por 4 meses no carvalho tropicalizado, curtido; Corisco Ouro
                   (45%vol), por seis meses no carvalho tropicalizado, curtido – ambas de Paraty, RJ;

                   e Mato Dentro (41%vol), por 4 meses armazenada no amendoim, de São Luiz do Paraitinga, SP
2º lugar – Engenho D’Ouro (42%vol), por 12 meses em tanques de aço inox, de Paraty, RJ
3º lugar – Engenho São Luiz (42%vol), por 6 meses no amendoim, e Augusta (40%vol),

                   por 6 meses no amendoim (somente p/ exportação), ambas de Lençóis Paulista, SP
4º lugar – Samanaú (38%vol), por 12 meses no freijó, de Caicó, RN

5º lugar – Engenho D'Ouro - Destilada a vácuo  (43%vol), 1ª Cachaça Destilada sob vácuo do Brasil,

                        Armazenada por seis meses, em tanques de aço inox liga 380, Paraty, RJ                     

 

 

Cachaças Envelhecidas de Excelência Sensorial

 

Cachaça Envelhecida é aquela que contém, no mínimo, 50% de Cachaça ou Aguardente de Cana¹ envelhecidos em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 litros, por um período não inferior a 1 ano. Os outros 50% podem ser completados com cachaças de outras idades. No processo de envelhecimento ocorre um diálogo, a influência mútua entre a madeira e a cachaça, que altera a cor, o aroma e o sabor da bebida, nascendo outra cachaça com estrutura físico-química e perfil sensorial novo, que terá os sua história, características e apelos peculiares para ser consumida: motivação, ocasião, bota-gostos etc. A Cachaça Envelhecida é mais macia, menos ácida, pode perder um pouco de álcool e de água, a depender das condições ambientais em que é processada. A Cachaça que passa pelo processo de envelhecimento requer condições ambientais adequadas e, seja qual for o período de repouso, a alteração da cor não é intensa. E as mudanças do aroma e do sabor provenientes da madeira não devem prevalecer sobre o aroma e o gosto da cana, mas ser apenas uma marca sutil, discreta, percebida no aspirar e ao final do gole do bebedor, jamais ultrapassando 20% do volume olfativo e gustativo da bebida. Se houver alteração substancial na cor da cachaça, a Lei permite que o produtor acrescente à sua marca a palavra “Ouro”. 

 

(1) Aguardente de Cana é a bebida com graduação alcoólica de 38% vol a 54% vol a 20ºC,
obtida do destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar² ou pela destilação
do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar,
podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose.

 

(2) Destilado Alcoólico Simples de Cana-de-Açúcar, destinado à produção da Aguardente de Cana,
é o produto obtido pelo processo de destilação simples
ou por destilo-retificação parcial seletiva do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar,
com graduação alcoólica superior a 54% vol e inferior a 70% vol a 20ºC.

 

Nenhuma Cachaça com mais de quatro anos de envelhecimento continua Cachaça.
Transforma-se num líquido de madeira alcoólico irreconhecível.

Num óleo de peroba alcoólico, eu digo, ou numa "pinga de pau",

como bem definiu o meu eterno amigo, o Mestre Alambiqueiro Aníbal Gama (1932-2007).

 

Ranking

 

1º lugar – Coqueiro (44%vol), por 2 anos no carvalho europeu tropicalizado, de Paraty, RJ
2º lugar – Biquinha (40%) por 2 anos no bálsamo tropicalizado, de Coronel Murta, MG
3º lugar – Tabaroa (40%vol) por 2 anos no carvalho europeu, de Bichinho, MG
4º lugar – Salva Gerais (40%) tipos: Prata e Ouro, por 1 e 2 anos respectivamente, no carvalho                europeu, de                     João Pinheiro, MG

 

Cachaças Premium de Excelência Sensorial

 

Cachaça Premium é aquela que contém 100% de Cachaça ou Aguardente de Cana envelhecida em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 litros, por um período não inferior a 1 ano. Trata-se de Cachaça com estrutura físico-química e perfil sensorial singular, em função do processo e condições específicos, nas quais foi obtida, com história, características e apelos peculiares para ser consumida: motivações, ocasião, bota-gostos etc. Ainda é mais macia e leve que a Envelhecida. Se houver alteração substancial na cor da cachaça,
a Lei permite que o produtor acrescente à sua marca a palavra “Ouro”.

 

 

Ranking

 

1º lugar – Engenho São Luiz Premium (42%vol), cem por cento envelhecida,
                   por 18 meses, no carvalho europeu tropicalizado, de Lençois Paulista, SP
2º lugar – Coqueiro Premium (42%vol), cem por cento envelhecida,
                   por 1 ano no carvalho europeu tropicalizado, de Paraty, RJ
3º lugar – Engenho D’Ouro (45%vol), cem por cento envelhecida,
                   por 2 anos no jequibibá-rosa, de Paraty, RJ


 

Cachaças Extra-Premium de Excelência Sensorial

 

Cachaça Extra Premium é aquela que contém 100% de Cachaça ou Aguardente de Cana envelhecida em recipiente de madeira apropriado, com capacidade máxima de 700 litros, por um período mínimo de 3 anos. Trata-se de Cachaça diversa dos outros tipos, com estrutura físico-química e perfil sensorial exclusivo, mais sofisticado, mais refinado, que a Premium, em função do processo e condições específicas nas quais foi obtida, com história, características e apelos peculiares para ser consumida: ocasião, bota-gostos etc. A Lei prevê que a palavra “Ouro” seja acrescentada à marca, se houver alteração substancial na cor da cachaça.

 

Ranking

 

1º lugar – Engenho São Luiz Extra Premium, (42%vol), cem por cento envelhecida,
                   por 36 meses no carvalho europeu tropicalizado, de Lençois Paulista, SP
2º lugar – Coqueiro Ouro (42%vol), cem por cento envelhecida,
                   por 3 anos no carvalho europeu tropicalizado, de Paraty, RJ


 

Cachaças Reserva Especial de Excelência Sensorial

 

Cachaça Reserva Especial é aquela que possui características sensoriais, dentre outras, diferenciadas do padrão usual e normal dos produtos elaborados por determinada destilaria, em virtude do recipiente usado e do tempo de envelhecimento e outras condições excepcionalmente utilizadas pelo fabricante. Essa expressão “Reserva special” poderá constar do rótulo da bebida, desde que devidamente comprovada pelo produtor, e ratificada por laudos técnicos do MAPA ou por laboratórios, públicos ou privados, por ele reconhecidos. Para Marcelo Câmara, não passa de uma experimentação escapista, uma tolice dissimulatória, desonesta, de quem não sabe fazer Cachaça de Excelência Sensorial, nem bem envelhecê-la com sabedoria, ética, técnica e arte, ingressando, então, por um diversionismo desarrazoado e mercantilista, ao utilizar madeira inadequada e/ou exceder no tempo de envelhecimento e outras aventuras suspeitas. Até hoje, este Degustador jamais encontrou qualquer Cachaça Reserva Especial digna de ser degustada. Por isto, o Ranking abaixo está vazio.

 

Ranking

 

1º lugar – ..................................................................
2º lugar – ..................................................................


 

 

São seis as maneiras de enganar o consumidor de Cachaça no Brasil e no mundo:

 

1) Amadeiramento
    (falso envelhecimento ou armazenamento/”descanso”, geralmente em madeira agressiva e aromática, não                tratada, e/ou por tempo excessivo, ou em condições ambientais inadequadas, com o objetivo de mascarar a má      qualidade da cachaça e considerar o consumidor um cupim);
2) Preço alto;
3) Garrafa sofisticada;
4) Embalagem luxuosa;
5) Blend de madeiras (coquetel de diversos lenhos, derivando uma “cachaça” indefinida, sem caráter);
6) Blend de cachaças (eufemismo da famigerada estandardização industrial)


As duas últimas fraudes assemelham-se ao ato de amar uma pessoa pensando em outra. Isto é, não se ama nenhuma das duas. Ou a se misturar materiais de várias pessoas para um exame laboratorial, obtendo-se um resultado que não pertence a nenhuma delas.

 

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 


 

Receitas de drinques / Recipes for drinks

 

 

Caipirinha

A única e a verdadeira.
O autêntico drinque brasileiro.


Ingredientes

1 limão de casca fina grande
ou dois pequenos
açúcar
duas doses de Cachaça artesanal
de excelência sensorial, branca, nova e fresca
gelo picado ou em pequenos cubos


Modo de fazer (dose mínima)

Retire as pontas do limão. Corte o limão em rodelas ou em várias partes, a partir das quatro obtidas com o corte em “x” do limão em pé. Em uma vasilha pequena ou copo grosso, coloque um pouco de Cachaça, amasse as rodelas ou os pedaços de limão com um soquete de madeira para extrair o suco e o sumo da casca do limão. Despeje tudo no copo no qual será servida a Caipirinha, complete com Cachaça, acrescente açúcar a gosto ou mel ou adoçante e complete com gelo. Decore o copo com uma fatia de limão cravada na sua borda.


Saúde! Viva o Brasil! Viva o Povo Brasileiro!

Receita do Cachaçólogo e Degustador Profissional Marcelo Câmara, que adverte:

– Qualquer outro drinque feito sem qualquer um destes ingredientes, ou não preparado rigorosamente deste modo, não pode ser chamado de CAIPIRINHA. Se for usado outro destilado ou fermentado ou outra fruta qualquer, não é CAIPIRINHA, nem pode ter um nome que se inicie com a raiz “CAIPI”. Portanto, caipirosca, caipirinha de vodca, caipirinha de gim, caipiríssima, caipirinha de rum, caipirinha de tequila, caipirinha de saquê, caipirinha de vinho branco são anomalias psicossociais, pornografias linguísticas, denominações impróprias, barbaridades, aberrações que constituem agressões à Cultura Brasileira e ao seu Povo. Seria o mesmo que imaginar, em Cuba, um mojito sem rum; no México, uma margarita sem tequila; nos Estados Unidos, um uísque sauer sem uísque etc.

 

Caipirinha

The one and only.
An authentic Brazilian drink.


Ingredients

a large lime with thin peel
or two small limes
sugar
two shots of Cachaça of non-industrially produced
excellence sensory white new and fresh
chopped ice or small ice cubes


Method (small dose)

Remove the ends of the lime. Cut the lime into round slices or into many parts or, standing the lime upright, cut an “X” through it to obtain four parts. Put a little of the Cachaça in a small container or thick glass. Crush the slices or pieces of lime with a wooden pestle to extract the juice from the fruit and peel. Put everything in the glass which you will use to serve the Caipirinha. Add the rest of the Cachaça. Add sugar, honey or sweetener to taste and complete with ice. Decorate the glass with a slice of lime on the rim.


Cheers! Long live Brazil! Long live the Brazilian people!

Recipe by the cachaçólogo and taster Marcelo Câmara, who warns:


– Any other drink that is made without using all of the above ingredients or is not prepared rigorously in this way, cannot be called CAIPIRINHA. If any other distilled or fermented spirit or any other fruit is used, it is not CAIPIRINHA, and should not have a name that starts with the root “CAIPI”. Therefore, the terms caipirosca, caipirinha de vodka (using vodka), caipirinha de gim (using gin), caipiríssima, caipirinha de rum (using rum), caipirinha de tequila (using tequila), caipirinha de saquê (using sake), caipirinha de vinho branco (using white wine) are not appropriate; they are aberrations and disrespectful to Brazilian culture. It would be the same as having a mojito without the base rum, a margarita without the base tequila, a Whiskey Sour without the whiskey and so on.

 

Marcelina ou Rucu-Rucu

Uma batida brasileira

 

Ingredientes:

 

Cachaça artesanal de excelência sensorial,
branca e nova,
limão verde, de casca fina,
açúcar
gelo

 

Modo de fazer (dose mínima):

 

Divida um limão grande (ou dois pequenos), em muitas partes, sem descascar, desprezando as sementes e o miolo do centro. Coloque no liquidificador com duas doses da Cachaça. Bata, ligando e desligando o aparelho, sem continuidade, para que o limão não dissolva, mas seja apenas cortado. Coe em uma vasilha. Lave bem, com bastante água (e somente água), o copo do liquidificador, que receberá o conteúdo da vasilha. Adicione açúcar ou mel a gosto e bata bem, continuamente, sem desligar o liquidificador, até criar uma espuma superficial. Desligue o aparelho e coloque pedras de gelo a gosto, já um pouco quebradas, no copo do liquidificador. Ligue e desligue o aparelho algumas vezes, rapidamente, para quebrar mais um pouco o gelo. Está pronto. O resultado é uma deliciosa limonada com Cachaça, uma batida leve, com muito gelo, sensualíssima. Sirva em copo alto com pé, com uma espiral ou uma rodela de casca de limão na borda.

 

Viva o Brasil! Viva a Cultura Brasileira!

 

(O nome Marcelina é uma homenagem ao Cachaçólogo e Degustador Profissional Marcelo Câmara.)
 


Marcelina or Rucu-Rucu

A Brazilian shake

 

Ingredients:

 

Cachaça of non-industrially produced
excellence sensory white new and fresh
green lime with thin peel
sugar
ice

 

Method (small dose):

 

Divide a large lime (or two small ones), with peel on, into many parts, discarding the seeds and the white centre. Put in a blender with two shots of Cachaça. Beat in pulses, not continuously, so that the lime remains chopped and does not disintegrate. Sieve into a container. Rinse the blender well using a lot of water (and only water) and transfer the contents of the container back into it. Add sugar or honey to taste and blend continuously (i.e. without switching the blender off), until you create a layer of foam on the surface. Switch off the blender and add chopped ice cubes to taste. Switch the blender on and off a few times quickly just to break the ice a little more. It is ready. The result is a delicious lemonade with Cachaça; a light shake with lots of ice and very sensual. Serve it in a high glass with a base, with a spiral or slice of lime on the rim.

 

Long live Brazil! Long live Brazilian culture!

 

(The drink is named after the cachaçólogo and taster Marcelo Câmara.)
 


Caju amigo

Uma original bebida brasileira.
Delicioso e estimulante aperitivo.
Para se beber de pé, com os amigos,
com disposição e alegria.

 

Ingredientes (para uma pessoa):

 

uma dose mínima (30ml) de Cachaça artesanal
de excelência sensorial, branca e nova,
um caju maduro
fresco, sem machucados, de cor firme, sem manchas.

 

Modo de beber:

 

Segurando o caju pela castanha, morda-o com desejo e coloque na boca um pedaço da fruta. Sorva o sumo, que escorre da fruta, retendo-o na boca, sem engolir. Mastigue bastante o caju, como se estivesse ruminando, sem engolir nem o sumo, nem o bagaço. Quando a boca estiver plena de suco, jogue nela a dose da Cachaça, engolindo sumo e cana num único gole. Saboreie. Em seguida, cuspa o bagaço da fruta ou, depois de mastigá-lo mais ainda, ingira-o. Passado algum tempo, repita o procedimento: uma nova mordida, mastigação, o sumo, a pinga, o gole, o céu. Você tomou mais um caju-amigo. Você pode, em vez de morder o caju, cortar a fruta em fatias transversais, com faca ou lâmina de bambu (exclusivamente bambu, nunca metal), colocando-as num prato. Pegue uma fatia com um palito ou espeto. Coloque-a sobre a língua. Repita o ritual. Outra maneira de realizar o caju-amigo: sirva sobre um balcão ou mesa: uma dose (50ml) de Cachaça e outra (50ml) de suco de caju, resultado do caju espremido ou batido no liquidificador e coado. Beba, sem pausa, o suco e, imediatamente, num trago, sobre ele, a pinga.

 

Saúde! Salve o caju! Salve a Cachaça!
Viva a nossa amizade!

 


Cashew-friend

An original Brazilian drink.
A delicious and stimulating aperitif.
To drink standing up, with friends,
with happiness and a cheerful disposition

 

Ingredients (serves one):

 

1 small shot (30ml) of Cachaça of non-industrially produced
excellence sensory white new and fresh
1 ripe cashew fruit
fresh, unbruised, and with a firm colour.

 

How to drink:

 

Take a bite of the cashew fruit – with desire – and hold it in your mouth for a moment, chewing the fruit really well, as though ruminating, but do not swallow either the juice or the flesh. When you have plenty of juice, add the dose of Cachaça straight to your mouth, swallowing the juice mixed with Cachaça in one gulp. Enjoy it. You can either discard the flesh of the fruit or, after chewing it really well, swallow it. After a while, repeat the procedure: another bite, chewing, the juice, the pinga, a gulp, heaven. You have drunk another caju-amigo. Instead of biting the cashew, you can cut the fruit into slices crosswise, with a knife or blade made out of bamboo (exclusively bamboo, never metal) and put them on a plate. Use a toothpick or wooden skewer to take one slice. Put it on your tongue and repeat the ritual as above. Another way to drink caju-amigo: Pour out 1 shot (50ml) of Cachaça. Squeeze or blend 50ml of cashew juice and then sieve it into a glass. Drink the juice and immediately, without hesitation, drink the pinga over the juice, swallowing the liquids together, in one shot.

 

Cheers! Long live cashew! Long live Cachaça!
Long live our friendship!

 


Batida de Maracujá

Um bate-bate, um drinque tropical.
Delicado, apaixonante, sensual.
Acalma, seduz e reanima.

 

Ingredientes (para duas pessoas):

 

2 maracujás maduros grandes
sem furos, rachaduras ou machucados
quatro doses, de 50ml cada uma, de Cachaça artesanal
de excelência sensorial, branca e nova,
açúcar
gelo

 

Modo de fazer:

 

Cortar os maracujás ao meio e retirar as polpas com uma colher, colocando-as num liquidificador junto com a Cachaça. Bata, ligando e desligando o aparelho, rapidamente, várias vezes, para que a substância translúcida se separe das sementes e estas não sejam trituradas. Passe por uma peneira. Retorne o líquido para o liquidificador com açúcar a gosto e pedras de gelo um pouco quebradas. Bata a mistura. Sirva em dois copos altos de vidro transparente. O liquidificador pode ser substituído por uma coqueteleira.

 

Saúde! Viva o Amor, belo como a flor do maracujá!
 


Passion fruit shake

A bate-bate(shake-shake), a tropical drink.
Delicate, captivating, sensual.
Soothing, seductive and invigorating.

 

Ingredients (serves two):

 

2 passion fruits, large and ripe
without holes, cracks or bruises
4 shots (50ml each) of Cachaça of non-industrially produced
excellence sensory white new and fresh
sugar
ice cubes

 

Method:

 

Cut the passion fruits in half. Using a spoon, remove the pulp and add it to the blender with the Cachaça. Beat in pulses, not continuously, quickly, several times, so that the translucent part can be separated from the seeds (to avoid grinding them). Pass the liquid through a sieve and return it to the blender with ice cubes and sugar to taste. Blend the mixture. Serve in two long drinking glasses. A cocktail shaker can be used instead of the blender.

 

Cheers! Long live love, as beautiful as the passion fruit flower!
 


Batida de limão

Um drinque brasileiríssimo.
Refresca, aquece, alegra e cura.
Antes, durante ou depois.

 

Ingredientes (para duas pessoas):

 

2 limões grandes, de casca fina
quatro doses, de 50ml cada uma, de Cachaça artesanal
de excelência sensorial, branca e nova,
açúcar
gelo (opcional)

 

Modo de fazer:    

 

Parta os limões ao meio, retirando o suco em um espremedor. Coe diretamente no liquidificador e bata com açúcar ou mel a gosto. Sirva com ou sem pedras de gelo quebradas. O liquidificador pode ser substituído por uma coqueteleira.

 

Saúde! Viva a Luz de cada manhã!
 


Lime shake

A very Brazilian drink.
Refreshing, warming, enlivening and healing.
Before, during or after.

 

Ingredients (serves two):

 

2 large limes with thin peel
4 shots (50ml each) of Cachaça of non-industrially produced
excellence sensory white new and fresh
sugar
ice cubes (optional)

 

Method:

 

Cut the limes in half. Using a citrus squeezer, remove the juice. Sieve it directly into the blender and beat with sugar or honey to taste. Serve with or without broken ice cubes. A cocktail shaker can be used instead of the blender.

 

Cheers! Long live each morning light!
 


Cachaça com limão

Simples como a Vida.
Urgente e necessário.
Pra resolver a situação.

 

Ingredientes (para uma pessoa):


1 limão grande, de casca fina
uma dose de 50ml de Cachaça artesanal
de excelência sensorial, branca e nova

 

Modo de beber:

 

Parta o limão ao meio. Chupe uma das metades e tome imediatamente parte da dose de Cachaça. Alguns minutos depois, sorva a outra metade do limão e beba o resto da pinga. Outra maneira de beber: Sirva a dose de pinga em um copo adequado, despejando, em seguida, o suco de um limão. Beba sem hesitar. Com responsabilidade e gosto.

 

Saravá! Deus nos dê Saúde e Paz!

Como dizia Napoleão, “A solução é Cachaça com limão”.

 


Cachaça with lime

Simple as life.
Urgent and necessary.
To solve any situation.

 

Ingredients (serves one):

 

1 large lime with thin peel
1 shot (50ml) of Cachaça of non-industrially produced
excellence sensory white new and fresh

 

How to drink:

 

Cut the lime in half. Suck one half and immediately drink part of the Cachaça shot. A few minutes later, do the same with the other half and the rest of the pinga. Another way to drink: Pour a pinga shot into an appropriate glass and then pour the juice of one lime. Drink it immediately, without hesitation, but with responsibility and taste.

 

Saravá! May God give us health and peace!

As Napoleon said, "The solution is Cachaça with lemon."

 

Fonte: Cachaças bebendo e aprendendo – Guia prático de degustação / drinking and learning – Practical guide to tasting, de Marcelo Câmara                      (Mauad)
Source: Cachaças bebendo e aprendendo – Guia prático de degustação / drinking and learning – Practical guide for tasting, Marcelo Câmara(Mauad)

 

___________________________________________________________________________________________________

 

Desde 2021, Marcelo Câmara não realiza mais trabalhos

 no campo sensorial: análises, provas, com ou sem laudos sensoriais,

 direção de degustações etc.